quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão



Passava das 22 horas, eu estava na Uniban, quando a luz acabou. Inicialmente as luzes da universidade apagaram, passado algum tempo, as luzes da região próxima começaram a piscar e por fim apagaram. Assistimos, ouvimos, já que não víamos , a professora tentar continuar a dar a sua matéria ( Fundamento da Educação), mas já estando próximo do horário do final da aula, e estando toda a região próxima , sem energia, decidimos ir embora, com o aval da professora.

Curiosamente , eu achei muito interessante tal acontecimento, não é sempre que esse tipo de coisa acontece, por isso quando acontece é uma chance rara de ver certas situações. Pessoas sem saber o que fazer, sem saber como ir para casa, que ônibus pegar, já que o metrô não mais estava funcionando. Mesmo eu, me surpreendi, tendo como primeiro pensamento " e agora como eu vou para casa?", "Como estará o transito , sem semáforos, "como eu faço para chegar em casa?". Demorei um pouco para me tocar que eu ia de ônibus, então não havia com o que se preocupar. Mas, nesse tipo de situação, tudo parece maior, mais complexo do que realmente é.



Assim que acabou a energia as pessoas começaram a acender seus celulares, a ligar para casa, um certo histerismo. Muitos , que usavam o metro, não sabiam como ir para casa, que ônibus pegar, também não sabiam se haveria ônibus até o horário que demorariam até chegarem em casa.



Pessoas ligando para casa, meu ônibus, que sempre estava vazio, com cerca de 10 a 5 pessoas, ontem estava lotado. Pessoas que eu nunca vi naquele ônibus. Ali, em pé, em frente a uma das portas, vendo aquelas pessoas "perdidas" sem saberem o que fazer, o transito sem semáforos, as ruas escuras, grandes grupos de pessoas em pontos de ônibus, muito maior do que o normal, pedestres dependendo do bom senso dos motorista para poderem atravessas. Eu via meu rosto refletido no vidro da porta, com um sorriso contido em meu rosto, me lembrava da cena final do filme " O dia em que a Terra parou" onde a humanidade é salva de sua destruição, mas deixada sem nenhum tipo de tecnologia, ou seja, completamente perdida. Cada vez mais e mais nós estamos dependentes dos nossos aparelhos, acaba a eletricidade e todos ligam seus celulares, acaba a eletricidade e ninguém mais sabe o que fazer, não aparelhos algum para nos distrair, ( TV, computador, rádio, etc, etc).



Num ponto qualquer, antes do aeroporto de Congonhas, um relógio parado marcava, 22:31, já num outro ponto na Conceição o mesmo modelo de relógio marcava 22:31. Os números estão invertidos, mas no final em todos os lugares é tudo igual.

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