quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Fé no além X fé na humanidade

Desde muito tempo atrás o homem é assombrado pelas suas próprias criações, demônios, duendes fadas, deuses, as explicações mais diversas já foram criadas em nome dos medos humanos. As religiões são justificativas para certas práticas, para a criação de grupos, para instituição de regras, para toda uma organização social,que tem sua base nestas crenças humanas. Os homens temem a morte, os homens temem o mundo, os homens tem de se organizar para sobrevier, então criam deuses, se sentem especiais, dominam todo o planeta, controlam e dominam tudo o que podem, até que se tornam escravos de suas criações: seus mitos, suas lendas, suas fantasias.
A responsabilidade por suas ações, pelo mundo que nos cerca não é mais nossa, mas de coisas as quais não temos controle...
Por que não tomamos as responsabilidades pelas nossas ações? Por que não assumimos que nós estamos no mundo, que nossas ações podem destruir ou salvar o nosso planeta, a nossa espécie? Deus está morto, os homens estão vivos, os homens governam o mundo e não servem a deuses mortos...pelo menos não deveriam...
Sejamos egoístas!!!

sábado, 31 de julho de 2010

futuro, etc e tec tec...


Estava eu aqui calmo e tranquilo, meditando ainda sobre o filme que acabei de assistir: Deja vu, meditando sobre viagens no tempo, sobre o final do filme. Viagens no tempo, este sempre foi um tema que me fascinou muito, muito, mesmo, apesar de nunca ter lido nada sério sobre isso. Mitos, histórias, lendas, filmes séries e desenhos que tratam do tema quase sempre me interessam. Até mesmo a frase " num futuro não muito distante". Desde os filmes da saga "premonição", até dbz( dragon ball z) na saga do "céu": a ideia de um destino ao qual estaríamos presos de forma determinista, um livro sem possibilidade de mudança um realidade que não podemos mudar. Pensar em destino me faz lembrar do Destino, personagem de Sandman , um homem velho, cego, sempre com um capuz e um livro onde tudo esta escrito, sempre preso ao pulso, ele passa muito tempo o lendo, um cego lendo o livro de nossos destinos: interessante, não?
Estava eu aqui pensando em viagens no tempo, pensando em mundos paralelos, em mudar uma realidade criando uma outra, coisas que fazem a minha cabeça formigar, quando parei e pensei: “que tal escrever algo no blog, afinal já faz muito tempo que não escrevo nada”. Então resolvi parar de tentar entender o mundo e resolvi escrever sobre o que não entendo completamente, sobre minhas dúvidas, sobre o que der vontade.
Pelos simples prazer de pensar e sentir as letras irem se formando em cada tec, tec, tec, dos meus dedos batendo nas teclas, sentir e ouvir cada pensamento ecoando em minha mente como uma voz me dizendo o que fazer e como fazer, ver até onde isto me leva.
Inúmeras vezes já escrevi e pensei em como me sinto bem fazendo isto: é uma sensação de prazer tão grande, sentir as suas ideias tomando forma, esquecer todo o resto e sentir apenas as palavras indo e vindo, na mente e nos dedos, dar forma aos pensamentos. Seja falando sobre viagens no tempo, sobre o prazer de escrever ou seja lá sobre o que for, eu adoro isso...

domingo, 4 de abril de 2010

...

Já faz algum tempo que não escrevo nada...não necessariamente por falta do que escrever, nem por falta de tempo, sempre há, de uma forma ou de outra, tempo para o que se gosta, mas meu animo para escrever tem oscilado, tenho escrito mais em meu diário do que em qualquer outro lugar. E eu continuo com a mania de criar blogs para não escrever neles nem divulgá-los...
Este meu blog, por exemplo, já deve ser o terceiro que criei, talvez até o quarto. Mudo por conhecer novos blogs com mais recursos, por ver algo de interessante no formato de algum, mas no fim acabo escrevendo muito pouco neles, além de dispersar muito do que escrevi...
Algo que agora me chamou a atenção foi o fato de ter colocado tal nome no blog " diário de pecados"...O mais curiosos é não ter escrito nele nenhum "pecado" ou coisa que o valha: se não me engano escrevi algo sobre os espartanos, algo sobre um momento que tive numa padaria e algo sobre trabalho...
Eu mesmo ao ler tal nome imaginaria um diário onde um alguém qualquer contaria seus "deslizes", talvez, apenas talvez
como forma de penitencia, talvez como uma simples forma de se livrar da culpa por certos atos, ou talvez para declarar ao mundo: pequei e dai?
Adoro escrever por isso, minha mente fica mais viva, indo de um ponto a outro, estava escrevendo sobre a falta do que escrever, citei meu habito de criar blogs e não divulgá-los, agora tocamos no tema pecado...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Medo infantil (texto antigo 06/01/2009 14:18 -)

Todas as pessoas, invariavelmente, temem algumas coisas, grande parte dessas pessoas já se esqueceram de como esse medo, que em alguns casos nos dominam , nascerem em suas almas...Eu me lembro.

Não me lembro da idade que tinha, talvez cinco, talvez três ou dois, mas é provável que tenha sido quando eu tinha quatro anos... Nunca fui muito bom em medir "as passagens do tempo", mas ainda assim penso que deve ter sido nessa época. Mas talvez eu esteja errado. Mesmo hoje não sei dizer se já vivi uma década, duas, ou se nasci ontem...Tenho uma amiga que diz ter crises de esquecimento, mas se eu lhe disse-se que as vezes esqueço que existo ela provavelmente riria de mim...
Foi quando tinha quatro anos (talvez mais ou talvez menos) que passei a ter um dos meus medos mais antigos. Não lembro de todos os detalhes, nem das cenas que antecederam aquele momento, mas me lembro do momento onde tudo começou...
Meu pai me dizia algo... Eu não ouvia. Eu apenas olhava o fogo em um terreno, talvez fosse uma casa, apenas sei que era em um lugar distante, mas não distante o bastante para não ser visto por um garoto de quatro anos que esta em cima de uma laje com seu pai...Lembro das chamas, mas não sei o que era queimado. Talvez fosse um velho queimando fios para vender o cobre ou talvez jovens fazendo uma fogueira para se proteger do frio e esquentarem batatas enquanto se divertem um com a cara do outro ou enquanto olham revistas de mulheres nuas. Nunca saberei .... Só sei que havia as chamas e que eu as observava...
Meu pai me segurava e eu estava sentado em cima do muro da laje. O muro batia, provavelmente, pouco acima da cintura dele...Por isso ele tinha firmeza para me segurar. Eu olhava o fogo com um grande fascínio: sempre achei o fogo um dos elementos mais belos de toda a natureza... Tão belo que nunca me pareceu algo real...Era como um sonho que existe em nossa realidade. Já me queimei inúmeras vezes acreditando que sonhos não nós ferem... Mas as vezes nós ferem muito, mais até do que a realidade.
"Não, não, não. Não me joga pai...Não por favor"Eu gritei quase chorando...
Meu pai havia feito um movimento como se fosse me deixar cair, mas eu num movimento instintivo me segurei com muita força nele( muita força para um garoto de quatro anos, não para um homem adulto) temendo cair.
"O que foi filho? Papai só estava brincando. Acha que eu ia te jogar?" Provavelmente ele me perguntou brincando, era o tipo de brincadeira inocente que todos os pais fazem com os filhos, mas não foi assim que terminou...Pena eu não ter aprendido nessa época o que era uma pergunta retórica.
"Acho"eu respondi. Talvez a minha resposta fosse apenas para eu sair daquela altura. Estava com medo. Eu havia olhado tão fundo para aquela fogueira que quando meu pai fez o movimento eu me senti como se tivesse sido jogado nas chamas, ou como se o fogo me queimasse, mas eu era uma criança. Talvez aquilo só tivesse me deixado com vontade de ir ao banheiro, não me lembro...
"Quem te disse isso?" a voz do meu pai havia mudado, apesar de não me lembrar do som tenho certeza que tive medo. Talvez eu nunca tivesse ouvido aquilo, mas eu estava com medo e sentia que tinha que dar uma resposta. Então eu dei uma resposta, a mais errada que já dei em toda a minha vida. A resposta que mudou a minha vida para sempre...
"Foi minha mãe que disse" provavelmente seja uma ilusão que o tempo tenha colocado no meio dessa minha lembrança, ou talvez tenha sido real: eu sinceramente nunca sei a diferença entre esse tipo de coisa. Mas a ilusão que tenho dessa lembrança é que naquele momento houve um dos silêncios mais profundos de minha vida. É provável que seja o mesmo silêncio que eu ouvirei em meu leito de morte... Ou talvez eu apenas esteja exagerando, o que é muito provável e comum: eu sou sempre assim.
Fomos de carro até onde eu morava com minha mãe. Eu estava feliz, adorava andar de carro, apesar de em viagens longas eu sempre passar mal, apenas quando fiz meus 11 ou 12 anos me curei desse mal. Naquele momento eu não entendia o silencio de meu pai, ele estava feliz na laje, alegre agora ele parecia apenas... Não sei bem como definir, pois é apenas uma lembrança e a mente humana muitas vezes mente para nós...
Se você já apanhou quando criança você deve se lembrar que quando a dor é muito forte, ou dependendo de onde se bate ou do quanto você é mimado você chora sem conseguir se controlar: é como se tivessem liberado algo em você que só te faz chorar. Uma espécie de força que o impele à isso. Os adultos não eles se controlam, mesmo as mulheres adultas podem não chorar quando apanham, mas de uma coisa pode ter certeza: mulheres ou homens, podem esquecer, mas durante algum tempo, mesmo que muito curto odiaram seu agressor, ou quem causou tal agressão . Mesmo sendo ele apenas seu filho de quatro anos ( talvez mais, talvez menos).
Eu não me lembro se a vi chorar, se a vi apanhar. ou se ela me bateu,. O que eu me lembro é que ela me disse algumas palavras após aquele momento, após meu pai sair. Não me lembro quais, não me lembro se apenas me bateu ou não. Só sei que daquelas palavras eu entendi algo como: eu não te amo mais ou eu não tenho mais filho.
Talvez minha mãe sempre tenha sido fria, mas eu sempre tive a impressão de que comigo era muito mais do que com qualquer outra pessoa. O triste é que algumas vezes após esse evento ela me disse: você pensa que eu esqueci o que você disse par o seu pai, eu nunca esqueço disso. Aquele momento sempre nós afastou.
Meu pai foi preso algum tempo depois, por ter feito "coisa más", eu nunca lhe perguntei exatamente o que, mesmo tendo muitas vezes falado sobre esses tempos de prisão. Eu cresci com minha mãe, minha avó, minha tia, meu tio e durante parte da minha infância com meu avó de criação( pai do meu tio e "nada " da minha mãe, como ela mesma dizia)..
Durante grande parte da minha infância tive um sonho muito estranho, mas que sempre tive certeza de estar relacionado com esse momento. Sonhava que eu era meu pai e que caia jogado de um prédio. Nunca é como nos filmes: onde após sonhar que você morre acordasse gritando ou se cai da cama. Você apenas se sente mau, com medo, ou algo do gênero. Só sei que morrer, mesmo nos sonhos não é nada agradável.
Até hoje tenho a certeza de que aquele dia mudou completamente a minha vida. Naquele dia eu afastei a mulher que mais devia ter me amado.
Naquele dia nasceu meu medo de altura...

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

conversas alheias

Hoje pela manhã ao ir comprar pão, a atendente da padaria, que na realidade mais parece um bar, atendente essa que ao que parece é casada com o dono do lugar, estava conversando com uma outra mulher na entrada do estabelecimento. Eu, como sempre, apenas entrei e esperei em frente ao balcão, que ela entrasse para me atender,o que não demorou muito tempo.Todos os dias faço a mesma coisa: entro, digo " 1 real de pão" ela me entrega e eu agradeço ( "obrigado"), sem um oi, um bom dia, nem nenhuma outra forma de comprimento, apenas isso. Hoje não foi diferente, a única diferença foi o fato de ela estar conversando com uma outro mulher, que a seguiu, após minha entrada, para trás do balcão e continuaram a conversa que tinham.
Ela, a atendente, flava que todos os filhos dela tinha sido feitos no dia de seu aniversário, " todos feitos em outubro e nascidos em julho, era para nascerem no mesmo dias mas...", a parte após o " mas " eu não me lembro exatamente, acho que devido a algum problema da gravidez, ou não lá o porque.
O fato de ter ouvido a conversa dela, e ter realmente prestado atenção, mesmo não sendo comigo que ela falava, não é um fenômeno isolado, acontece quase sempre, eu tenho este habito de ouvir conversas alheias e prestar atenção. Mesmo na escola faço isso, quando alguns colegas meus começam a conversar um assuntos qualquer que me chame a atenção eu volto toda a minha atenção a isso, sem o menor pudor, sem fingir que faço outro coisa, volto meu olhar e minha atenção completa para aquilo. As vezes rio dos pontos engraçado, as vezes não.
Não acho um mal habito, pelo menos não era até eu passar a escrever o que ouço em meu blog, mas afinal, ninguém esta mesmo lendo isso. E mesmo que estivesse, são só palavras. AS vezes eu penso que não sou muito bom com as palavras, mas confesso que tenho maior atração por ouvir do que por falar. Gosto de ouvir o que os outros falam, a forma como falam, os gestos que usam, isso independentemente do que falam, de quem fala, pode ser uma garota bonita, um par de bêbados, crianças, quase qualquer um. Não devido ao assunto, assuntos diversos atraem minha atenção, o motorista que fala de um "quase acidente que sofreu", as mulheres que falam dos maridos ou da igreja, os garotos que falam das "minas do colégio", as meninas que falam de piadas da internet,etc, etc, etc... As pessoas são ao mesmo tempo fascinantes e assustadoras, depende do angulo que se olha.

domingo, 15 de novembro de 2009

Trabalho, trabalho, trabalho...

A uma criança perguntamos: o que você quer ser quando crescer? Isso desde muito cedo. Muitas dizem que querem ser bombeiros, médicos, advogados, professores, todos dizem a profissão que mais se aproxima da imagem que se tem de um herói, de alguém importante, mas ao crescer o trabalho passa a valer pelo salário, e nada mais. O sonho, em muitos casos, se apaga e sede lugar ao necessário: ao que paga as nossas contas no final do mês. Quantas pessoas realmente exercem a profissão que sonharam? quantas ainda teriam escolhido a mesma profissão que exercem? Para quantas será que o salário é o que mais importa? Muitas pessoas gastam cerca de oito do dia em torno do trabalho, considerando que demoram pelo menos cerca de uma hora para saírem de casa e talvez mais uma para voltarem, além de 8 horas dormindo, não se tem muito tempo para outras atividades. Geralmente o que se quer ao chegarem em casa é sentar, deitar , assistir TV, tomar um banho, etc.
Não conheço muitas pessoas que após um dia de trabalho se sentam a uma mesa , abrem um monte de livros e estudam ou lêem um belo romance, talvez aqueles que ainda estejam na escola, ou um dos poucos amantes da leitura, mas poucos são os que fazem isso por prazer e não por simples necessidade. Mesmo a escola se torna , para muitos, um meio para se conseguir um emprego melhor. Aristóteles colocava a filosofia como a mais elevada das ciências, por considerar que ela era admirável por si mesma e não por sua utilidade. Hoje é muito difícil falar de algo que não seja valorado apenas pela sua utilidade, isso é tão válido para os objetos quanto para as pessoas. As pessoas são consideradas importantes ou não, de acordo com o que fazem, com o salário que recém, com a função que exercem, ou sem importância pelo que não fazem.
Quantas pessoas não usam o fato de trabalhar como uma forma de exaltar sua importância, o quanto são úteis a sociedade,como se pelo simples fato de trabalharem suas ações, seu tempo fosse muito mais valioso do que o dos outros. Um exemplo disso é a postura que muitos maridos tem frete a suas esposas, que cuidam da casa, dos filhos, de um a grande quantidade de funções , durante todos os dias, mas sempre ouvem de seus maridos que eles estão cansados por trabalharem o dia inteiro enquanto elas ficaram apenas em casa. E que por isso não as podem ajudar ao preparar o jantar ou a cuidarem da s crianças
O emprego, parece ser sinônimo de trabalho, como se todas as atividades fossem realizadas apenas pelos que estão empregados, pelos que recebem pelo que fazem, por que apenas eles são úteis a sociedade, ou assim se imaginam. Do lado oposto, há sempre a ideia de que os que não trabalham são inúteis , preguiçosos, e que todo o seu dia é dedica ao sono, a "vagabundagem", que os desempregados assim estão por simples desejo, ou por uma incapacidade. Não apenas estes, como também os que não exercem uma atividade física, um trabalho que não use da força, mas apenas do intelecto. Muitas vezes ouvi uma professora contar que alguns alunos já lhe haviam perguntado se ela trabalhava ou só dava aula. Num trem lotado, pessoas reclamam que estão saindo do trabalho e não tem onde sentar, culpam os que estão sentados, alguns lendo, outros ouvido música, não pensam que o problema é o próprio metro que não tem tantos lugares, mas ficam se culpando, uns aos outros.
Os homens são cada vez mais e mais considerados como coisas, ferramentas de trabalho, como peças em uma engrenagem, e aceitam essa ideia sem se quer a questionarem, o pensar é relegado aos poucos que não trabalham durante 8 horas, mas que possuem o dia vago, não por falta de opção, mas devido as suas posses. Os que não tem nada são os que mais deveriam se questionar quanto a tais questões, pois são os mais afetados. A idéia de se sentirem culpados por não terem trabalho, por não serem úteis, a de ser útil apenas com o trabalho, de ser uma peça importante, é usada contra eles próprios, jogando uns contra os outros.
Numa sociedade onde apenas o que se produz, o que se ganha, onde o conhecimento é apenas uma "porta" para uma vaga no mercado de trabalho, coisas como leitura, reflexão, pensamento, são consideradas inúteis. A mais elevada das ciências, a que é admirável por si mesma é considerada inútil, pelos que mais necessitam de suas idéias e reflexões...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Apagão



Passava das 22 horas, eu estava na Uniban, quando a luz acabou. Inicialmente as luzes da universidade apagaram, passado algum tempo, as luzes da região próxima começaram a piscar e por fim apagaram. Assistimos, ouvimos, já que não víamos , a professora tentar continuar a dar a sua matéria ( Fundamento da Educação), mas já estando próximo do horário do final da aula, e estando toda a região próxima , sem energia, decidimos ir embora, com o aval da professora.

Curiosamente , eu achei muito interessante tal acontecimento, não é sempre que esse tipo de coisa acontece, por isso quando acontece é uma chance rara de ver certas situações. Pessoas sem saber o que fazer, sem saber como ir para casa, que ônibus pegar, já que o metrô não mais estava funcionando. Mesmo eu, me surpreendi, tendo como primeiro pensamento " e agora como eu vou para casa?", "Como estará o transito , sem semáforos, "como eu faço para chegar em casa?". Demorei um pouco para me tocar que eu ia de ônibus, então não havia com o que se preocupar. Mas, nesse tipo de situação, tudo parece maior, mais complexo do que realmente é.



Assim que acabou a energia as pessoas começaram a acender seus celulares, a ligar para casa, um certo histerismo. Muitos , que usavam o metro, não sabiam como ir para casa, que ônibus pegar, também não sabiam se haveria ônibus até o horário que demorariam até chegarem em casa.



Pessoas ligando para casa, meu ônibus, que sempre estava vazio, com cerca de 10 a 5 pessoas, ontem estava lotado. Pessoas que eu nunca vi naquele ônibus. Ali, em pé, em frente a uma das portas, vendo aquelas pessoas "perdidas" sem saberem o que fazer, o transito sem semáforos, as ruas escuras, grandes grupos de pessoas em pontos de ônibus, muito maior do que o normal, pedestres dependendo do bom senso dos motorista para poderem atravessas. Eu via meu rosto refletido no vidro da porta, com um sorriso contido em meu rosto, me lembrava da cena final do filme " O dia em que a Terra parou" onde a humanidade é salva de sua destruição, mas deixada sem nenhum tipo de tecnologia, ou seja, completamente perdida. Cada vez mais e mais nós estamos dependentes dos nossos aparelhos, acaba a eletricidade e todos ligam seus celulares, acaba a eletricidade e ninguém mais sabe o que fazer, não aparelhos algum para nos distrair, ( TV, computador, rádio, etc, etc).



Num ponto qualquer, antes do aeroporto de Congonhas, um relógio parado marcava, 22:31, já num outro ponto na Conceição o mesmo modelo de relógio marcava 22:31. Os números estão invertidos, mas no final em todos os lugares é tudo igual.